O que fazer quando nada mais faz sentido? Minha experiência com a Nova Acrópole
- Astro Vision
- 1 de jul.
- 6 min de leitura
O que fazer quando nada mais faz sentido?
Minha experiência com a Nova Acrópole
Como a filosofia me ajudou a reencontrar sentido e integrar tudo o que eu já buscava Publiquei um trecho da apresentação lá no Instagram, que eu e minhas colegas de turma realizamos ao concluir a primeira etapa do curso Filosofia para Viver, da Nova Acrópole.
Eu disse que a Nova Acrópole chegou na minha vida como um sussurro de sentido, num tempo em que a alma pedia por chão firme e direção: esperança. E mesmo já num caminho conectado ao autoconhecimento, Astrologia, e espiritualidade. Se engana quem acha que não é todo mundo que balança, que teme, que duvida, questiona e que se vê sem rumo. A escola vem me ajudando a persistir, encontrar mais consistência, coragem numa nova forma de viver.
Muitas pessoas se identificaram — e isso só confirma o que tantas vezes esquecemos: estamos todos vivendo, de formas diferentes, a mesma grande jornada. A jornada do herói, da heroína. O chamado interior. A descida. A luz. E a escolha consciente de seguir com mais propósito.
Aqui compartilho o texto completo da apresentação que fizemos juntas, dividido em quatro estações da alma — Outono, Inverno, Primavera e Verão. Essa é a nossa travessia. E, se você estiver passando por algo semelhante, talvez ela te encontre também.
“A Travessia”
Toda travessia tem seu início.
O que nos move nem sempre é claro,
mas é sentido, profundo e verdadeiro.
Esta é a travessia de quatro almas,
buscando sentido, luz e serviço.
O Chamado (Outono)
Algo dentro começou a chamar.
Uma inquietação que crescia devagar,
como semente de Outono,
pedindo passagem no silêncio.
Um vazio — mas não qualquer vazio.
Era o eco de uma alma pedindo morada,
dizendo: “Me deixa habitar a vida.”
Viver para servir, cuidar, sustentar...
Mas quem sou eu, além dos papéis que desempenho?
Essa pergunta fez tudo tremer,
e me empurrou para dentro.
O “querer saber” sempre foi latente,
como uma sede que não se sacia.
Busquei respostas em livros,
e um dia encontrei a filosofia —
mas sinto que ela já me procurava antes.
Já que a alma sentia que existia mais:
um mistério,
um sentido escondido nas entrelinhas,
uma poesia maior do que a rotina.
Mas não era ouvida.
Não cabia. Mas será que eu estava pronta?
Havia fé, depois ausência.
Vontade, depois dúvida.
Caminhos adiados, desejos interrompidos.
Até que o tempo certo chegou.
O chamado não vem com certezas.
Ele vem com perguntas.
E um dia, a mais profunda de todas ecoou:
“O que estou fazendo hoje para me tornar quem quero ser?”
Assim começou a travessia.
A descida (Inverno)
Achei que estava tudo em silêncio…
Mas era só o som abafado do que eu evitava escutar.
O que eu achava que estava quieto… gritou no meu ouvido.
Me deu as mãos.
Não vi seu rosto,
mas seu toque era frio, gosmento,
me arrastava escadaria abaixo.
Quanto mais eu descia, mais escuro ficava.
Mais aquilo grudava em mim.
Viramos uma coisa só.
“Não… eu não sou isso!”
…Ou será que eu sou?
To Presa.
Um labirinto sem nome.
Sem mapa.
Será que existe saida?
A dor vinha como espelho.
E o espelho,
pela primeira vez, não mentia.
Eu vi.
Vi que não era tão boa quanto dizia ser.
Vi meus gestos pequenos,
meus desejos de controle,
meus jogos silenciosos,
meus pactos com o que não é justo.
Fingi por tanto tempo…
e quase acreditei.
Aprendi a sorrir com a boca e esconder o grito na alma.
Do lado de dentro
era só frio.
Nada mais me nutria.
Nem fé,
nem prática,
nem oração.
Fui chamada a descer mais.
E mais.
Até onde não tinha chão.
Ali,
encontrei minha face mais ferida.
E fui obrigada a olhar.
Olhar mesmo.
Ver que, com boas intenções, também feri.
Que não fui ética, não fui justa… nem com os outros, nem comigo.
E foi ali,
bem ali,
na curva mais funda que a verdade se revelou :
Não sou o que fiz.
Mas sou responsável por refazer.
Não sou só luz nem só escuridao.
Mas sou capaz de iluminar.
Descer dói.
Mas talvez,
só quem encara o abismo por dentro
aprenda, enfim,
a subir com coragem.
A Luz (Primavera)
Aos poucos, a luz começa a tocar meu rosto.
Tímida, atravessa a fresta da dor,
e me convida a abrir meus olhos.
Fazia tempo que eu não olhava pra cima…
O sol ainda está lá.
Reluzente.
Poderoso.
Verdadeiro.
Foi de repente que me dei conta:
a liberdade e a prisão estão no mesmo lugar —
na minha mente.
Tenho medo,
Porém, com medo mesmo,
E com uma coragem ainda maior
eu decidi seguir.
E a cada passo, algo em mim
Desabrochava
Fui reencontrar a menina que um dia fui:
Livre, sensível, inteira.
Que dançava e sonhava,
e fazia da sua arte um lar.
Sim, Ela ainda vivia em mim.
Voltei a ouvir meu corpo,
a respeitar meus limites,
a dizer “não” sem culpa
e “sim” com verdade.
Vi minha história com novos olhos.
Honrei a força de minhas ancestrais
Soltei os pesos desnecessários que carregava
Abri mão de expectativas maquiadas com os filtros da ilusão
e, em silêncio,
me despedi do que já não era mais.
Tudo é treino, tudo é teste…
mas tudo tbm é revelação.
A vida
me ensinou que vulnerabilidade também é poder,
que sentimento não foi feito para ficar guardado,
e que há beleza até mesmo nas rachaduras
de quem se reconstrói.
A filosofia chegou como farol.
Não trouxe respostas prontas,
e ainda bem.
Trouxe questionamentos necessários ,
reflexões profundas,
caminhos que exigem lucidez.
Com ela, entendi que a vida é pedagógica:
cada dia, uma aula.
Cada dor, uma lição.
Cada encontro, uma chance.
Hoje, mesmo sem garantias,
me dedico a manter acesa a chama.
Aquela que me ilumina
Que me lembra que o amanhecer
é sempre um presente.
Não busco mais não sentir,
mas sim, não me perder,
nem na dor, nem na euforia,
Mas viver em alegria.
E sigo.
Com mais leveza,
mais direção,
e mais verdade.
Porque nessa primavera interior,
finalmente,
sou eu quem desabrocha.
A Travessia (Verão)
Somos quatro,
mas dentro de cada uma, tantas outras.
Somos a que caiu — e se levantou.
A que duvidou — mas seguiu.
A que dançou com a culpa até que ela também ensinasse.
A que, entre tempestades, aprendeu a permanecer em si.
A travessia não é linha reta.
É curva, é abismo, é espelho.
É tropeço no mesmo buraco —
até que um dia, a gente veja outro caminho.
Hoje, olhamos para trás com ternura,
e para frente com coragem.
Carregamos as cicatrizes como mapas,
não como prisões.
Nos tornamos inteiras —
não porque nada falta,
mas porque agora sabemos quem somos
quando tudo falta.
Entendemos que viver filosoficamente
é habitar o mundo com sentido,
é transformar a dor em ponte,
o medo em chama,
o amor em ação.
Já não servimos para ser aceitas,
mas porque descobrimos um valor:
o de oferecer o que temos de mais verdadeiro
sem nos abandonarmos no processo.
A travessia é presença.
É fé.
É a responsabilidade de ser e não se perder.
É o retorno ao centro — sempre que necessário.
É agradecer o caminho, mesmo quando ele fere.
E assim como o verão nos lembra do calor da vida,
seguimos aprendendo a renascer,
a expandir,
a confiar.
Agradecemos os passos, os encontros,
os que vieram antes,
os que virão depois.
Porque nesta travessia,
cada parte importa.
Cada queda ensina.
Cada silêncio é uma pergunta.
Cada sim — um renascimento.
Somos travessia.
E nela, seguimos:
mais conscientes,
mais vivas,
mais nós.
Por Cristiane Colchesqui, Isabel Machado, Vanessa Moraes e Fernanda Meister.
Sinto que no meu caso eu tinha muita informação "conhecimento", mas talvez me faltasse consistência para aplicar no dia a dia (a sabedoria aplicada, né?).
Se essa leitura tocou algo em você, talvez seja o momento de dar um passo em direção a si mesmo.
O curso Filosofia para Viver, oferecido pela Nova Acrópole em várias cidades do Brasil e no mundo, vem sendo um ponto de virada na minha jornada.
E como disse no post, não trouxe respostas prontas — mas me deu estrutura, direção e sentido. E me lembrou que buscar ser uma pessoa melhor é, por si só, um ato de coragem.
Para saber mais sobre o curso, recomendo visitar o site oficial da Nova Acrópole ou procurar a unidade da sua cidade. Eu encontrei o meu lugar na unidade da Lagoa em Floripa.
Que a sua travessia também seja fértil. Cris Colchesqui







